Publicada no Jornal Zero Hora em 15/06/2017
De noite as cidades
disfarçam defeitos,
usam roupa de festa.
Porto Alegre,
eu assisto as tuas luzes
em um trem sem portas.
A saudade das tuas ruas
vem a trote:
um cavalo arredio
sobe e desce lombas,
quebra meus ossos.
Ontem mesmo
eu caminhava com sacolas
em teus redutos,
não tinha medo
dos teus viadutos.
Hoje adormeço
a vontade de percorrer-te.